A produção de arroz em Portugal

A produção de arroz em Portugal começou a ser documentada nos primeiros anos do século XVIII. Embora se cultivasse muito antes nas regiões do Sul e como herança dos Muçulmanos, só a partir desta data houve registos da presença do cereal nas zonas limítrofes do estuário do Tejo.

Séculos mais tarde, e por causa do risco de malária, proibiu-se a sementeira mas, pouco a pouco, foram sendo vencidas as reticências iniciais. No século XIX, já pode falar-se em cultivo sistemático e de um interesse manifesto e concreto da agricultura portuguesa na produção de arroz. Até então, a cultura de arroz era considerada ilegal, mas era tolerada. Deste modo inicialmente clandestino, os arrozais começaram a estender-se pela bacia dos rios e o governo começou a ponderar a viabilidade da produção de arroz, estabelecendo paulatinamente as condições que deviam presidir ao seu cultivo.

No início do século XX, estabeleceram-se as bases para a produção de arroz em Portugal. Nos anos 30, os arrozais cresceram significativamente e as zonas de cultivo estenderam-se a outras regiões do país.

Actualmente, o arroz é cultivado na bacia do Mondego (Figueira da Foz, Coimbra), nas bacias da Beira Baixa, na bacia do Sado (Alcácer do Sal), na bacia dos afluentes do Tejo, nas represas a Sul e noutras regiões, em menor escala.Uma grande percentagem do arroz produzido em Portugal corresponde a variedades de grão arredondado, que é o carolino e suas principais variedades são Aríete e Euro, mas também se produz arroz Agulha, de grão caracteristicamente alongado.

Num clima mediterrâneo com influência atlântica, o arroz é maioritariamente cultivado em condições de regadio. As explorações agrícolas costumam caracterizar-se por um tamanho entre o médio e o grande e por serem intensamente mecanizadas, embora haja ainda pequenos produtores que continuam a empregar as tradicionais técnicas de cultivo. O método mais popular é o da sementeira directa, e a utilização de fertilizantes e outros produtos fitossanitários na protecção das culturas está amplamente divulgada.

Para ser bem sucedida, a produção de arroz por colheita depende, em Portugal, de três parâmetros cruciais: a temperatura, que pode afectar a planta se for extremamente baixa, a água disponível, que determina a superfície que pode ser semeada e que influencia o aparecimento de possíveis doenças, e a quantidade de radiação solar que os arrozais recebem.

No conjunto da agricultura portuguesa, a situação actual do cultivo de arroz é favorável, com uma produção próxima da média comunitária. Apesar de as áreas de cultivo irem diminuindo, e de a tecnologia do sector apresentar algumas limitações, a produtividade é aceitável.