O alimento mais antigo e mais actual

O arroz reserva-se o direito da longevidade. Tal como antes, continua a estar na moda. No passado, era um manjar somente para deuses e reis. Hoje em dia, chega a todos os paladares ao quilo, comodamente embalado.

Há coisas que não mudam. É que, no que diz respeito a técnicas de cultivo, as técnicas de alagamento tradicionais continuam a dominar o terreno onde se cultiva o arroz. Os cientistas estão a trabalhar para desenvolver técnicas que requeiram menos água. Actualmente, empregam-se também técnicas de cultura intermitente em seco e húmido (lâmina de alagamento) e cultura em seco, sem alagamento (sequeiro e rega reduzida).

O trabalho nos arrozais continua a ser pesado, mas a mecanização das ferramentas torna-o mais suportável. O trabalho era muito mais duro quando tudo se fazia “à mão”. As ceifeiras dotadas de lagartas, as rodas especiais para realizar a movimentação da lama, etc. têm vindo a facilitar muito tarefas como a sementeira, a colheita, etc., o que propicia um aumento de produção.

DA LENHA ÀS COZINHAS MODERNAS
A revolução não se deu apenas no campo, chegou também aos fogões da cozinha. E, o que é mais importante, a evolução não deixou a tradição para trás. Ambas convivem à mesma mesa. Os arrozes cozinhados em panela ou caçarola de barro (caldos, sopas) deixaram de ser cozinhados sobre brasas de carvão vegetal e pequenos ramos, para passarem a ser elaborados em fogões a gás, eléctricos, vitrocerâmicos, de indução, etc. sem que a qualidade destes pratos diminua.

Ainda não há muito tempo, as caçarolas de arroz faziam-se nos fornos públicos, sobre brasas de lenha recém-colhida no monte e a cheirar a tomilho. Agora, os fornos eléctricos agilizam muito a tarefa, sem que se percam os sabores. A panela de pressão revolucionou a cozinha: o arroz fica pronto em 10-15 minutos, para quem não disponha de muito tempo na cozinha.

A vanguarda chegou aos pratos tradicionais como o arroz cozido acompanhado de peixe, carne, etc., o arroz frito, os arrozes malandros… Este alimento converteu-se num ingrediente inovador, já que foi reinventado pelos novos cozinheiros.